segunda-feira, 2 de maio de 2011

ATENÇÃO 9° ANO C - TEXTO 03

A TARDIA E AMBIGUA REVOLUÇÃO ÁRABE.

A maratona do povo na rua passou ao confronto das dominações dinásticas, por sobre a vinculação de fé da maioria das suas populações

O seísmo continua no Oriente Médio, num abalo comparável, para muitos, à queda do Muro de Berlim. É o acordar de um inconsciente coletivo, disparado pela revolução tunisiana, mas a encontrar a multiplicidade de cenários, como acontece com aspirações históricas longamente reprimidas.
Toda a área chegou à independência à mesma época da queda dos impérios coloniais, após a Segunda Guerra. Ao acesso à soberania seguiu-se a instalação de regimes políticos que se viam como libertadores, aspirando à indefinida manutenção no poder.
Foi-se ao conformismo com sistemas autoritários, sem exceção. Mas o descarte da democracia vinha de par com marcas da modernização, a refletir a nova convivência com o Ocidente, dissociado do imperialismo há meio século.
Aí estão as primeiras manifestações tunisianas, resistindo à abolição do laicismo, visto como conquista irreversível do governo Ben Ali, e, tal, de parte da população mais desenvolvida de todo o Oriente Médio, na sua presença universitária, peso da classe média e preocupação com o efetivo pluralismo, indissociável da redemocratização.
Já o Egito quebrou a premissa de neutralidade confessional de Mubarak e começa a aceitar a inscrição de partidos religiosos, num primeiro teste para o efetivo alinhamento político da Irmandade Muçulmana, condizente com o grosso da militância de populações silenciadas durante o governo deposto.
A ausência de lideranças ostensivas vai ao encontro das irrupções carismáticas e às inevitáveis mobilizações radicais como seu último denominador. A maratona do povo na rua passou, no exemplo clássico do Bahrein, ao confronto das dominações dinásticas, por sobre o sentimento e a vinculação de fé da maioria das suas populações.
Muito mais do que contra o cerceio das liberdades, a população foi à praça em Manama por uma enorme maioria xiita, em confronto com uma casa real sunita, num fato consumado já quase secular, e amortecido pela enorme prosperidade do país. Nem outra é a ameaça à monarquia jordaniana pelas migrações das massas iraquianas, xiitas, causadas pelas guerras do Golfo.
Deparamos em todo esse quadro um efeito mais fundo dessa descolonização, o de um Ocidente que ainda não chegou a superar, por inteiro, a visão superficial de uma independência política como afirmação de identidades coletivas desses países, acordados agora para um exercício atrasado de sua autodeterminação. Mas esta não vai toda num mesmo sentido. Aí está a sobrevivência de Gaddafi, a evidenciar como a afirmação do sentimento de nacionalidade pode superar o repúdio às ditaduras pós-independência.
Reforçou-se o apoio ao líder que tirou o território do tribalismo clânico da caricatura da primeira monarquia e se entrincheira com crescente apoio popular contra a intervenção ocidental. A aposta democrática não se seguiu às maratonas da praça Tahrir, no Cairo.
Nem as Forças Armadas, voltadas às imediatas reformas constitucionais, escapam às novas mudanças de agenda, entre os sucessivos referendos e, de fato, a chegada às novas eleições, de vez e para valer.
CANDIDO MENDES, membro da Academia Brasileira de Letras e da Comissão de Justiça e Paz, é presidente do "Senior Board" do Conselho Internacional de Ciências Sociais da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e secretário-geral da Academia da Latinidade.

APÓS A LEITURA DO TEXTO, FAÇA UM COMENTÁRIO EXPRESSANDO A SEGUINTE OPINIÃO: VOCÊ CONCORDA COM O TÍTLUO PROPOSTO PELO ARTIGO? JUSTIFIQUE SUA OPINIÃO.

ATENCIOSAMENTE,
PROFESSOR HELENO MACEDO

11 comentários:

O amor não tem tamanho disse...

Sim, porque os Arabes tiverão uma grande coragem de enfrentar tudo o que aconteceu. Acho que se fosse outros paises não ia ter essa coragem toda. Lais Araujo

ra. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ra. disse...

Sim, pois esse texto expressa o que povo tá vivendo essa tardia revolução depois de tudo que eles passaram, muitas guerras, eles com o tempo que foram se revolucionando aceitando novas religiões, e o com o tempo se adaptando.


Rafaela Stos

ra. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
johnnatta disse...

sim, pois o texto esta falando dos grandes conflitos dos árabes e com isso tudo foi fascinado eles aceitar novas religiões.

Add Seguidores disse...

Sim , por que o texto se refere a expressão que o povo esta vivendo , e com o passar do tempo foram se adaptando as novas religiões .

Maaxwel Martins .

pablo disse...

SIm o texto ta mostrando que elis deram uma vira volta na suas vidas depois do que elis pasaram e foram si acostomando. i elis os arabes foram corajosos e conbater 'vencer' a guerra...

jeremias disse...

não concordo, pois o povo árabe não é de hoje que criou essa revolução, desde a guerra fria quando o EUA os "ajudou", depois quando foram pegar o favor eles começaram a revolução, primeiro contra o egito, por questoes de religiao e depois o EUA, pois eles achavam que estava do lado do egito.

Unknown disse...
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Unknown disse...

Sim , porque eles demoraram a perceber que podiam acabar com o imperialismo , e serem independentes. Mais com a revolução , não conseguiram se adaptar e começou a aceitar novas religiões . Por não poder ter vontade própria . Alice t .

afonso leite disse...

Sim, por que o texto fala sobre o que gerou a revolução do Árabes, uma das causas foi a guerra contra os Estado Unidos e a outra foi por causa da briga de religiões entre ele e o Egito. Essas duas causas causou nos Árabes um sentido de esta sem seu próprio poder criando um revolução para tentar retomar o seu poder!